Tem um trecho de uma música do Djonga, onde ele fala: "Procuro alguém que eu idealize e me decepcione".
E sim, quando falamos de relações, e não só as românticas, se faz necessário que nos decepcionemos, que nos frustemos com o outro para que possamos desconstruir nossas idealizações.
Sabe o que é uma idealização nesse caso? É uma fantasia que criamos em relação ao outro, e que, consequentemente, esperamos que esse outro arque com essa dívida imposta imaginariamente de suprir com os nossos desejos.
Muitas vezes acreditamos que a receita para uma relação saudável é não nos decepcionarmos com o outro, não haver discordância. O famoso encaixe perfeito; metade da laranja; tampa da panela….
- eu conto ou vocês contam que isso não existe?! -
Na realidade, o caminho para se construir uma relação saudável é justamente ver essa pessoa como real, e não na nossa fantasia. E isso implica diretamente na nossa autonomia, sabia?
Já dizia Bell Hooks em "Tudo sobre o amor" (e concordo plenamente com a mesma), de que amor é ação.
Amor é reflexão individual! É nos deparar com os nossos desejos, e principalmente, com a não realização deles. É lidar com a falta, com a lacuna que fica e que esse outro não vai, e nem tem a obrigação, de preencher.
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