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Foto do escritorCanto Baobá

De qual mulher você está falando?


Dias das mulheres chegando e de quais mulheres estamos falando?


Entre pedidos urgentes de uma luta interminável por direitos de existência, na contramão do propósito de um dia internacional da mulher, temos o melhor plano possível do capitalismo alterador de marcos políticos: os buquês, jantares românticos e os bombons distribuídos por aí.


Mas pensando nesse campo de "afetos": quem é essa mulher que recebe carinho? Os afetos, sejam eles românticos ou não, é um tema pouco discutido quando estamos olhando para mulheres PCDs, Gordas, Negras, Trans ou Travestis. Portanto, como protesto, iremos finalmente tratar de "amor romântico" , tão empurrado nos dias 8 de março.


Hoje, falaremos sobre relações afetivas-sexuais de mulheres trans e travestis, utilizando como base a dissertação de Mestrado (UNESP - Araraquara) Disponível em: <http://hdl.handle.net/11449/194086> da Professora e doutoranda em teoria e estudos literários, Frida Pascio Monteiro.


Como a mulher transsexual e travesti amam? E como amam seus corpos? Frida descreve, primeiro, o que é a heteronormatividade e como os conceitos de biologização, patologização e judicialização são utilizadas para continuar violentando vidas trans. Suas análises, traçam a pesquisa para a objetificação desses gêneros transfemininos e como esses pontos sociais e raciais interferem também na sua percepção de afeto.


Uma das entrevistadas da pesquisa é uma travesti preta, que trabalha com prostituição. Ela não vê uma possibilidade de envolvimentos afetivo-sexual, visto que os homens só se relacionam com ela quando ela está dando algo ou fazendo algo para. Já em outro depoimento com outra entrevistada, que trabalha como auxiliar de enfermagem e é branca, entende que seu relacionamento ideal seria igual ao de um relacionamento cis. Aqui, classe social, raça e escolaridade também são fatores determinantes para essa construção do ideal.


Há uma interseção entre travestilidade e negritude, que Frida nomeia e explica com maestria. Mulheres trans e travestis pretas entrevistadas não se vêem em relacionamentos monogâmicos. Outras nem tiveram experiências românticas, apenas o sexo casual. Se puxarmos para a saúde mental, quantas travestis e transexuais foram minadas de amar? Quantas acreditam que o amor não é para elas por conta de estruturas violentas?


Nos stories, colocaremos o link da dissertação na íntegra para lerem o estudo completo. Por aqui, fica nosso agradecimento à Frida, que fez de sua tese autoetnográfica, revolução!


#descriçãodaimagem: fundo branco com textura similar a de papel amassado. Na lateral superior esquerda, há uma forma orgânica em laranja. Na parte superior central, está a Tag Psicologia e o link du autora da imagem. Na lateral superior direita, está uma forma orgânica em verde. No centro da imagem e justificado à esquerda, há o título da imagem: "De qual mulher você está falando?". Abaixo do título e na parte inferior direita, há uma imagem de uma pessoa com as pernas para o alto. Essa pessoa usa meias azuis e salto alto em prata. As pernas estão apoiadas em uma sofá rosa. Abaixo da imagem, há uma forma orgânica em marrom. Na lateral inferior esquerda, há uma forma orgânica em rosa e o logo clínico do Canto Baobá, representado pela cor verde.


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