Uma das primeiras percepções do racismo no cotidiano para uma pessoa preta acontece logo na primeira infância, com a negação de sua cor, do cabelo, da percepção do que é considerado belo socialmente.
Pensando nas dinâmicas escolares e referências infantis: quais são as características físicas da criança considerada popular da sala? E como é o cabelo dessa criança? Quais eram (e ainda são de forma predominante) as referências de brinquedos? Há bonecas pretas, de cabelos crespos, nas escolas e demais ambientes de convívio social?
O racismo estrutural mina, desde o primeiro momento, criar afetividade com seus próprios traços. É comum, como forma de resposta a essa violência, alisar o cabelo desde pequene. E assim, junto a uma série de fatores de exclusão, faz com que essa criança vire jovem e adulte com falta de autoestima, invisibilidade, não apropriação de seu próprio espaço, síndrome da impostora e demais pré disposições históricas e sociais para desenvolver patologias como ansiedade e depressão, por exemplo.
De todas as esferas de ser e se descobrir prete, quantas histórias e resistências cabem na representação de um cabelo? O cabelo é a representação de ancestralidade, de afirmação de identidade. É afeto, cuidado, amor.
Mas nunca é só um cabelo.
#descriçãodaimagem: Fundo branco com textura similar a de papel amassado. Na lateral superior esquerda, há uma forma orgânica similar a nuvem nas cores verde e laranja. Centralizado e justificado na parte superior da imagem, há escrito o nome do autor da imagem utilizada “benjamin romero” e a tag: saúde mental. Centralizado e justificado á esquerda, está o titulo da imagem: não é só um cabelo. Ao lado do titulo, há a imagem de uma mulher. Ela é preta, usa macacão verde musgo de alça, possui cabelo crespo e está olhando para frente. Atrás dela, ha formas organicas em azul,
Com detalhes em rosa e branco. Na lateral inferior esquerda, há uma forma orgânica em rosa. Na lateral inferior esquerda, ha o logo clinico do Canto Baobá.
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