Dentro das relações sociais, a primeira impressão que temos de alguém possui grande importância para definir como iremos interagir ou não, com determinada pessoa ou grupo.
Esta primeira impressão, normalmente, é atrelada a padrões criados internamente ao longo das nossas vidas e depositam estereótipos em terceiros na busca por listar semelhanças e diferenças, a fim de classificar quem é agradável ou desagradável para cada um de nós.
Enquanto a proximidade gera empatia e preocupação com o bem-estar do próximo; o distanciamento pode ir pela contramão e gerar apatia, indiferença.
Quando pensamos na sociedade em que estamos inseridos e como, em um comportamento racista, a idolatria pela branquitude é perpetuada enquanto a leitura de quem está fora deste padrão é de alguém negativo, o distanciamento já existente acaba sendo maximizado, colaborando para a reprodução do racismo, seja na exclusão, violência verbal ou física e até desumanização de corpos negros.
O que por si só acaba dificultando o acesso a direitos básicos como: Trabalho, educação, segurança e saúde mental e física.
Em “Homens Pretos (não) choram” livro de Stefano Volp, o autor dialóga sobre como essas violências acabam privando o homem negro de viver seus sofrimentos por conta dessa desumanização. Além da masculinidade, é possível para o homem negro sentir quando não há rede de apoio?
Para além da realidade, a ficção reforça estereótipos excludentes, na maior parte dos casos, seja em novelas, filmes ou séries, o homem negro, não é colocado como galã, intelectual ou herói de alguma narrativa; o que acaba por classificá-lo dentro do imaginário racista, como figura negativa, que apresenta perigo; mesmo que não haja motivos para tal julgamento.
Falar sobre o racismo estrutural e sua influência na vivência de pessoas pretas, não deve inocentar atos isolados de racismo, e sim evidenciar o funcionamento de toda uma estrutura social que por meio da negação de direitos, visa manter a desigualdade e reproduzir preconceitos e violências.
A constante necessidade de ler o homem negro como raivoso, agressivo ou violento, é fundamental para que as violências sobre seus corpos possam acontecer sem que haja impedimentos ou questionamentos. Quando paramos para pensar em como esse julgamento afeta o tratamento dado a pessoas pretas na sociedade, relembrar que homens negros são o grupo mais assassinado no Brasil, como divulgado pelo Atlas da Violência de 2021, evidência essa problemática.
Vale lembrar que:
Quando uma postura antirracista não é adotada, os comportamentos racistas e preconceito continuam sendo reproduzidos, reforçando este cenário.
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