Quantas vezes você pensou que “somente” quando chegar na sua melhor versão será feliz?
Mas que melhor versão é essa?
Me pego pensando quantas vezes foi necessário performar algo que não se é, para se sentir à altura das exigências que toda uma sociedade impõe, só para assim, finalmente poder se sentir incluíde, aceite.
Porém, mesmo depois de todas as tentativas para se alcançar esse lugar, há uma sensação constante de “estar devendo”, de que algo falta, uma comparação involuntária, e um sentimento constante de que não correspondeu ao esperado.
E nossa, o quanto isso frusta não é mesmo?
Mas dentro disso, há uma inquietação que nunca vai embora, um questionamento: Por que se violentar dessa forma? Como foi que chegamos a isso?
Há um imperativo imposto: seja assim, faça assim, se comporte assim.
Em um mundo onde somos educades para privilegiar uma única estética, uma única forma “permitida” de ser em detrimento das outras, o que está a margem disso é visto como errado, feio ou até mesmo defeituoso.
Mas, será que precisa necessariamente ser assim?
Será que não saber fazer algo é tão ruim ao ponto de invalidar tudo aquilo que você sabe? Será que aquele traço que tanto se envergonha, não pode ser justamente aquilo que te torna único que faz alguém me admirar?
Será que mesmo que sentir raiva, um sentimento tão humano e que pode ser potente, é tão “feio” assim? Será que aquele comportamento visto como afrontoso e ruim não é o que justamente permite ser integro e leal a si mesmo?
São muitos os questionamentos.
Porém é possível pensar que talvez sua melhor versão, seja você poder experimentar a vida exatamente como você é. A gente só se ama quando se conhece. Portanto é necessário romper com essa ideia dominante de pessoa perfeita, pois é irreal e por consequência aprofunda o sentimento de insuficiência, no fim apenas “Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é”.
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